Há algum tempo, tinha lido sobre a técnica de exposição do “black card”. É uma maneira de se conseguir o mesmo efeito de um filtro de degradê, mas sem ter que comprar nenhum filtro. E ainda tem a vantagem de permitir o degradê em qualquer posição, e com qualquer intensidade. É como ter todos os filtros de gradiente num pedacinho de cartão preto. E tem também a economia de uma pilha de dinheiro, que de outra maneira teria sido gasta em filtros.
Como quase nunca fotografo paisagens, não tenho muita utilidade pra esse efeito, mas com certeza é legal. Olha o que eu consegui fazer com alguns minutos de tentaivas:
Aí que entra o tal black card. O truque é pegar um pedaço de cartão preto (ou qualquer outro material preto: nessa foto usei a alça da bolsa da câmera) e tampar, em frente à lente, a parte mais luminosa da foto (céu). Use o live view pra facilitar.
Utilize um tempo de exposição mais para longo (pelo menos uns 3 ou 4 segundos). Faça a exposição ficar certa para a parte mais escura (chão). Tire a foto. Durante os primeiros segundos, deixe o cartão na frente da lente, tampando o céu (bem na linha do horizonte). Mais para o final, retire o cartão. A intenção é deixar o chão se expor normalmente, mas bloquear parte da luz que vai registrar o céu.
O problema é que dessa forma não há degradê. A parte escura não tem uma transição suave pra parte clara. Aí que entra, na verdade, o segredo da técnica: é preciso chacoalhar o cartão. Enquanto a foto está sendo exposta, você fica vibrando o cartão. Dessa forma ele não registra um limite duro, delineado, mas sim um gradiente suave. O leve movimento do cartão borra suas próprias bordas! Observem estas fotos com 5 segundos de duração:
Por aí dá pra ver que dá pra dosar a quantidade do efeito. Note que a posição do degradê variou: é tudo na tentativa e erro. A área de transição também poderia ter sido maior, desde que eu vibrasse o cartão com movimentos mais espaçados.
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